Energia Reativa
O consumo de energia reativa é uma parte integrante de uma fatura de eletricidade das empresas e instalações em regime de Baixa Tensão Especial (BTE), Média Tensão (MT), Alta Tensão (AT) e Muito Alta Tensão (MAT). No caso deste consumo não ser reduzido, poderá ter um impacto considerável nas faturas de energia. Assim sendo, considera-se importante esclarecer questões tais como, o que é a energia reativa, porque e como é paga e como se pode reduzir.
O que é a Energia Reativa?
Porque é paga?
A energia reativa ou a injeção na rede de valores inadequados são faturados ao consumidor final segundo as regras da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Estas regras foram criadas com a principal finalidade de aumentar a eficiência do sistema elétrico e reduzir as perdas nas redes de transporte e distribuição.
A energia reativa é faturada a partir do 8º mês da entrada em serviço de uma instalação, de forma a que o consumidor possa efetuar um correto dimensinamento de compensação de energia reativa nos primeiros meses.
Componentes de uma fatura com energia reativa
Como é faturada?
A energia reativa consumida é a indutiva e é apenas faturada durante as horas de ponta e horas cheias (a este período denomina-se horas Foras de Vazio (FV), por sua vez, a energia reativa fornecida à rede é a capacitiva e é faturada durante as horas de vazio e super vazio (a este período denomina-se horas de Vazio). A unidade da energia reativa é em KVArh.
O consumo de energia reativa, uma das variáveis incorporadas na determinação do valor da fatura de energia elétrica, não podendo ser evitado, pode ser compensado de modo a evitar custos acrescidos de exploração, como também melhorar a qualidade de energia da instalação e evitar perdas elétricas na distribuição (um baixo fator de potência pode causar, principalmente, sobrecargas nos cabos e transformadores, baixa regulação dos transformadores, aumento das quebras de tensão e das perdas elétricas).
A energia reativa mede-se através do fator de potência, cos φ, que mede o grau de eficiência da instalação elétrica. Este fator têm valores compreendidos entre 0 e 1 que indicam o grau de eficiência. Quanto mais próximo do valor 1, maior a eficiência energética e maior o aproveitamento do sistema elétrico. Para evitar a penalização financeira na fatura de energia, o consumidor deve instalar sistemas que mantenham a energia reativa com valor inferior a 30% da energia ativa, isto é, o fator de potência da instalação (cos φ) deve ser: cos φ ≥ 0,95 ou tg φ ≤ 0,3.
Atualmente existem três escalões em vigor para faturação de energia reativa indutiva que apresentam diferentes fatores multiplicativos a aplicar ao preço de referência publicados pela ERSE.
Como reduzir?
A redução de consumos de energia reativa é possível através da compensação do fator de potência. Para tal, utilizam-se condensadores (baterias de condensadores), que podem ter diferentes configurações consoante a especificidade da instalação, bem como das cargas a compensar, podendo passar por uma solução de condensadores até equipamentos com filtros de supressão de harmónios. A compensação da energia reativa através da instalação de baterias de condensadores permite que a energia reativa necessária para as cargas seja fornecida junta das mesmas, evitando a sua circulação na rede de distribuição a montante. Desta forma consegue-se diminuir as perdas ativas na distribuição e na transformação (ou seja, nos transformadores).
NOTA: O dimensionamento de um sistema de compensação de energia reativa deve ter em conta os possíveis aumentos de potência previstos na instalação. Também importa referir que o consumidor pode instalar um sistema que permita corrigir o fator de potência para a unidade (cos φ =1), mas esta opção pode representar um acréscimo nos custos de investimento, considerando-se que a instalação não irá sofrer qualquer tipo de alteração, pelo que nestes casos é suficiente que o sistema a dimensionar permita a compensação do fator de potência seja superior a 0,95 (cos φ ≥ 1) de forma a evitar a penalização na fatura de energia.
De modo a compensar adequadamente o fator de potência e evitar os custos anuais com a energia reativa, a instalação de baterias de condensadores constitui uma medida com um período de retorno muito atrativo, entre 6 meses a 1 ano na generalidade das instalações, evitando assim custos adicionais com a fatura de energia elétrica, permitindo ainda a otimização da eficiência energética da instalação e igualmente melhorar a estabilização dos níveis de tensão e evitar perdas elétricas na distribuição